O dólar subiu em relação ao real pela segunda sessão consecutiva na sexta-feira, fechando em seu nível mais alto em sete semanas, com os mercados domésticos refletindo mais um dia de frágil sentimento internacional e os investidores questionaram o espaço para mais valorização da moeda.
O dólar entrou em sua terceira semana de ganhos, sua maior sequência de vitórias desde outubro. O real teve o pior desempenho entre alguns dos principais pares de moedas emergentes nesta semana. Os especuladores da Bolsa de Chicago registraram sua maior venda líquida de contratos reais desde meados de março nos sete dias até 3 de maio, mostrando pessimismo em relação à moeda brasileira.
O dólar à vista subiu 1,13% para 5,0733 reais nesta sexta-feira, seu maior fechamento desde 16 de março (5,0917 reais).
Os preços oscilaram de R$ 5,008 (-0,17%) para R$ 5,1154 (+1,97%) - o maior preço desde 16 de março.
A baixa veio logo após a divulgação dos dados do mercado de trabalho dos EUA, que geralmente apoiam fortemente a visão de que o banco central dos EUA (Fed) deve continuar aumentando as taxas de juros – com o risco de mais aceleração.
Com isso em mente, os traders retomaram as compras, o que levou os preços às máximas do dia. O dólar norte-americano perdeu algum impulso durante as negociações, pois a Bolsa de Valores de Nova York deixou seu menor nível intradiário, mas a moeda permaneceu forte em relação ao real, enquanto no exterior após um pico de 20 anos.
A perspectiva de uma política monetária mais apertada dos EUA e uma série de más notícias do principal parceiro comercial do Brasil, a China, empurraram o real para baixo 8,96% desde 20 de abril, quando atingiu uma baixa recente em torno de 4,60 reais por dólar.
Com o dólar em alta de 9,84% no período, os estrategistas do Bank of America buscam pontos de entrada mais interessantes para novas posições "longas" em reais - aquelas que se beneficiam da valorização da moeda doméstica. "Acreditamos que a liquidação aproxima a moeda de um ponto atraente para novas posições compradas, mas preferimos ser cautelosos e aguardar uma entrada melhor", disseram em nota.
Em sua avaliação do cenário do Brasil, o Itaú Unibanco manteve sua previsão de taxa de câmbio "ligeiramente depreciada" em relação aos níveis atuais: 5,25 por dólar até o final de 2022 e 5,50 até o final de 2023.
Por um lado, os economistas do banco acreditam que o aumento dos preços médios das commodities, o forte crescimento no semestre, a melhora dos dados fiscais e a elevação da Selic ao longo do ano são fatores importantes que devem continuar atraindo a entrada de capitais. Brasil a curto prazo.
“Por outro lado, as incertezas sobre o crescimento global, a alta das taxas básicas dos EUA e as dúvidas sobre a evolução das contas públicas e a sustentabilidade fiscal do Brasil nos próximos anos caminham na direção da desvalorização da moeda”, concluíram.
No acumulado da semana, o dólar ganhou 2,63% - o que deixou o real dividido entre o peso mexicano, peso colombiano, peso chileno, sol peruano, rand sul-africano e lira turca. Em 2022, a queda do USD/REAL é reduzida para 8,97%.
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