Em assembleia realizada nesta terça-feira, 10, os servidores do Banco Central votaram por dar continuidade à greve por tempo indeterminado. A paralisação foi mantida por ampla maioria dos votantes, segundo o presidente do Sindicato Nacional de Funcionários do BC (Sinal), Fábio Faiad. A categoria pede por um reajuste de 27%, além de uma reestrutura no plano de carreira dos servidores.
Um dos principais motivos pela manutenção da greve foi a recusa do governo em negociar com a categoria. "Até o momento, não há nenhuma reunião marcada com o governo ou com o Roberto Campos Neto (presidente do Banco Central), apesar de nossos diversos pleitos nesse sentido", afirmou Faiad.
O governo federal afirmou que irá publicar uma decisão sobre o reajuste de toda categoria do funcionalismo público federal até o dia 22. É esperado um aumento de 5%, o que todas categorias em greve, como os médicos peritos do INSS e da Receita Federal, consideram insuficiente.
O sindicato também repudiou a tentativa do governo de utilizar o pix como plataforma eleitoral. Nos últimos dias o presidente Jair Bolsonaro tem utilizado o sistema de pagamentos instantâneo como uma das conquistas do seu governo.
"Tal sistema de pagamento instantâneo foi criado e implementado pelos Analistas e Técnicos do Banco Central do Brasil - ou seja, por servidores concursados de Estado, não pelo atual governante ou por qualquer outro governo", afirmou o sindicato, destacando que o projeto teve início em maio de 2018, antes da eleição do presidente.
Greve estava suspensa por "voto de confiança"
A paralisação dos servidores do Banco Central foi, em si, paralisada durante os dias 20 de abril e 2 de maio devido a um "voto de confiança" no presidente do BC, Roberto Campos Neto, e como uma tentativa de progredir nas negociações com o governo.
A paralisação dos servidores do Banco Central foi, em si, paralisada durante os dias 20 de abril e 2 de maio devido a um "voto de confiança" no presidente do BC, Roberto Campos Neto, e como uma tentativa de progredir nas negociações com o governo.
A greve teve início no dia 1º de abril, e vem desde então prejudicando atividades típicas da instituição, como o lançamento do Boletim Focus e a divulgação de dados como a taxa Ptax, informações do fluxo cambial e estatísticas fiscais, de crédito e do setor externo.
A greve também deverá atrasar a reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef). Para o Sinal, o Comef não é definido como essencial pela lei. "Logo, vamos batalhar para que não haja a realização do Comef. Ou, se houver, que seja adiado e com escopo bastante reduzido", afirmou o sindicato.
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